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20 de Setembro – A Revolução Farroupilha

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Setembro e um mês de comemorações de datas importantes para o Brasil e para os gaúchos, pois no dia 07 de setembro temos a Independência do Brasil e no dia 20 de setembro é comemorado a Revolução Farroupilha. No artigo de hoje vamos falar sobre essa revolta que aconteceu no Sul do país, o porquê ela aconteceu, as causas, o desfecho dela e trazer algumas curiosidades. 

Para compreender o contexto da Revolução Farroupilha, é necessário analisar o cenário em que o Brasil se encontrava naquela época, especialmente a situação do Império. Tudo começa em 1822, quando Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil às margens do Rio Ipiranga, como já mencionado em um artigo anterior. No entanto, com o passar do tempo, Dom Pedro I percebeu que o governo imperial não correspondia às suas expectativas e, por isso, decidiu abdicar do trono e retornar a Portugal. Ele deixou seu filho, Dom Pedro II, com apenas cinco anos de idade, como sucessor do Império brasileiro. 

Como era previsível e evidente, uma criança dessa idade não tinha capacidade para governar, tampouco para tomar decisões. Diante dessa situação, teve início o Período Regencial, durante o qual representantes, capacitados para administrar o país e tomar decisões, governaram em nome do jovem príncipe até que ele atingisse a idade apropriada para assumir o trono. Foi nesse período da regência que ocorreram diversas revoltas pelo país, incluindo a maior e mais longa das rebeliões regenciais: a Revolução Farroupilha

Mas o que aconteceu para que essa revolta eclodisse? 

Em 1835, os produtores de charque e couro do Rio Grande do Sul estavam insatisfeitos e se sentiam prejudicados pelas altas tarifas impostas sobre seus produtos. Em contrapartida, o charque importado da Argentina e do Uruguai era submetido a uma taxa de imposto significativamente mais baixa, o que tornava o preço do produto estrangeiro mais competitivo em comparação ao produzido no Império. Diversas tentativas foram feitas pelos produtores gaúchos para negociar com o governo uma redução dos impostos, inclusive sugerindo o aumento das tarifas alfandegárias sobre o produto importado. No entanto, todas as tentativas foram infrutíferas, levando os produtores do sul do Brasil a se revoltarem contra o Império. 

O Rio Grande do Sul, o estado mais ao sul do Brasil, possui uma curiosidade histórica: em 1822, quando o Brasil conquistou sua independência, o Uruguai fazia parte de seu território, sendo conhecido como a Província Cisplatina. Sim, o Uruguai já integrou o território brasileiro! A separação da Cisplatina ocorreu devido a divergências culturais e políticas, semelhantes às que estavam surgindo no Rio Grande do Sul na época. Esse cenário de tensões levou o presidente da província a acusar os gaúchos de separatistas, momento em que emerge uma das principais figuras da Revolução Farroupilha: Bento Gonçalves. 

Militar e revolucionário, Bento Gonçalves é considerado o herói da Revolução Farroupilha. Tendo participado da anexação da Cisplatina, anos antes e pertencente à Guarda Nacional, ele possuía grande influência e vasta experiência militar. Em busca de uma solução pacífica para o conflito, Bento Gonçalves dirigiu-se a Porto Alegre para negociar com o presidente da província, na tentativa de encontrar um denominador comum. No entanto, suas propostas não foram atendidas pelo governo imperial, que decidiu transferir a sede da província de Porto Alegre para a cidade de Rio Grande, em um ato de represália. 

As tentativas de negociação por parte dos sulistas não foram poucas. Havia um profundo sentimento de insatisfação no Rio Grande do Sul, que se via desvalorizado em comparação às províncias de São Paulo e Rio de Janeiro, cujos representantes se alternavam no comando da administração nacional. Essa marginalização política e econômica foi um dos principais fatores que motivaram o sul do Brasil a se revoltar contra o Império. Diante das tensões, os gaúchos conseguiram tomar Porto Alegre, mas o Império não demorou a reagir. O exército imperial foi enviado para a cidade e logo reconquistou o controle. Um ponto importante a destacar é que Porto Alegre, curiosamente, nunca apoiou a Revolução Farroupilha. A capital do Rio Grande do Sul sempre se manteve ao lado do Império e contrária aos farrapos. Mesmo assim, os rebeldes não desistiram. Em uma nova tentativa, eles cercaram a cidade e, por cerca de mil e duzentos dias, travaram confrontos com as tropas imperiais, na tentativa de retomar a capital e derrotar o exército do Império. 

Quando falamos no termo “farroupilha”, pode-se ter a impressão de que se tratava de uma revolta das classes populares, de pessoas humildes buscando igualdade social. Entretanto, a realidade é oposta. A Revolução Farroupilha foi, na verdade, um movimento organizado pela elite gaúcha, em especial pelos grandes estancieiros, produtores de charque e couro. A insatisfação com a política fiscal, o descontentamento com a atuação da Guarda Nacional, a centralização do governo imperial e a falta de autonomia da província foram algumas das principais razões que motivaram essa elite a se rebelar contra o Império. 

Inicialmente, o movimento não tinha como objetivo o separatismo. No entanto, à medida que o conflito se intensificou, as proporções da revolta aumentaram, e a ideia de separação do Brasil começou a ganhar força, transformando o movimento em uma revolta de caráter separatista. À medida que a revolta avançava, surgiram outros nomes importantes além de Bento Gonçalves, como Giuseppe Garibaldi, sua esposa Anita Garibaldi, e o militar David Canabarro, entre outros. Esses personagens tiveram grande destaque na Revolução Farroupilha, participando ativamente e assumindo papéis de liderança na causa. Os rebeldes enfrentaram muitas dificuldades em tomar as grandes cidades do Rio Grande do Sul, especialmente Porto Alegre, o que se tornou um obstáculo significativo para o sucesso da revolução e facilitou a vitória do Império. Um fato curioso e marcante é que, em 1841, Dom Pedro II batizou Porto Alegre como “a mais leal e valorosa cidade”, um título que ainda hoje está inscrito na bandeira oficial da capital gaúcha. 

Giuseppe Garibaldi e David Canabarro também foram responsáveis por expandir o conflito para Santa Catarina, onde, em julho de 1839, fundaram a República Juliana. No entanto, essa república teve curta duração, sendo retomada pelo Império ainda no mesmo ano. O clima entre os farrapos e o Império só piorava, e a cada ano novas batalhas eram travadas. Uma das mais decisivas para o desfecho da guerra, ao longo dos dez anos de conflito, foi a Batalha do Seival, ocorrida em 1836, na cidade de Bagé. Com a vitória dos farrapos, no dia seguinte, Antônio de Souza Netto, comandante das tropas farroupilhas, proclamou a República Rio-Grandense, tendo Bento Gonçalves como presidente e a cidade de Piratini como sua capital.  

Essa proclamação marcou um dos momentos mais significativos da Revolução Farroupilha, consolidando a ideia de uma república independente no sul do Brasil. Embora o movimento tivesse como objetivo inicial apenas reformas e maior autonomia, aos poucos foi ganhando um viés separatista, que se concretizou com a criação da República Rio-Grandense. Em 1838, os farrapos anexaram a cidade de Lages ao território da República Rio-Grandense, expandindo sua influência. Giuseppe Garibaldi, à frente da marinha rio-grandense, desempenhou um papel estratégico ao capturar navios imperiais, o que permitiu aos farrapos consolidarem sua presença no litoral de Santa Catarina. Em 1839, Laguna foi tomada pelos farroupilhas, ampliando ainda mais seu controle sobre a região. No entanto, ao tentarem capturar a cidade de Desterro, atual Florianópolis, eles sofreram uma derrota, marcando o início da decadência da Revolução Farroupilha.  

Com o passar do tempo, os farroupilhas começaram a perder várias batalhas, e os territórios que haviam conquistado foram sendo retomados pelo Império. Percebendo a necessidade de uma liderança mais firme, Dom Pedro II, já como imperador do Brasil, nomeou o Barão de Caxias (posteriormente Duque de Caxias) como presidente da província e comandante das forças imperiais. A chegada de Caxias trouxe uma nova fase para o conflito, agravando as divisões internas entre os líderes farroupilhas. Esse cenário de divergências levou Bento Gonçalves a renunciar à presidência da República Rio-Grandense, refletindo o desgaste político e militar do movimento.  

Embora os farrapos sejam frequentemente retratados como heróis idealistas, há aspectos da revolução que revelam uma face mais sombria da história, especialmente em relação aos Lanceiros Negros, um grupo de escravos convocado para lutar ao lado dos farroupilhas em 1836. Armados apenas com lanças, eles lutaram na linha de frente do campo de batalha, motivados por promessas de liberdade que lhes foram feitas. Muitos permaneceram fiéis à causa farroupilha por anos, acreditando que, ao final da guerra, seriam libertos.  

No entanto, em 1844, quando a guerra já se aproximava de seu fim e as negociações de paz estavam em andamento, o Império temia que a concessão da liberdade aos Lanceiros Negros pudesse inspirar outras revoltas de escravos em diferentes partes do Brasil. Assim, o compromisso com a sua libertação não foi cumprido. A traição culminou na trágica Batalha dos Porongo, em que os Lanceiros Negros, desarmados, foram enviados pelos próprios farroupilhas para enfrentar o exército imperial, resultando em um massacre brutal. Esse episódio é um dos mais cruéis da Revolução Farroupilha, expondo o abandono de homens que lutaram por anos com a esperança de conquistar sua liberdade. 

A república Riograndense teve seu fim 1845 quando foi assinado o Tratado de Poncho Verde, ficando assim decidido que os líderes da revolta poderiam escolher o presidente da província, que as dívidas seriam perdoadas, que haveria um aumento de 25% no imposto do charque internacional, anistia para os envolvidos na revolta, incorporação dos militares farrapos no exército imperial e os escravos que lutaram ao lado dos farrapos iriam ser alforriados (que no caso não foi cumprido). 

Como cita o escritor e jornalista Eduardo Romulo Bueno, a visão que se tem da Revolução Farroupilha, que perdura até hoje, foi uma versão que se inicia quando o Partido Republicano Riograndense – PRR, começa articular politicamente lá em 1800 para ajudar a derrubar o império. Então quando positivismo caudilhista chega ao poder do Brasil com Getúlio Vargas como presidente em 1930, ele faz renascer as memorias dos heróis farroupilhas, cem anos depois do fim da guerra, ele resgata a memorias desses heróis com a ajuda de autores literários e folcloristas para recriar essa cultura que o Rio Grande do sul tanto cultua. A Revolução Farroupilha foi sem dúvida a mais longa de todas as revoltas que houve no Brasil no período regencial, durou dez anos, pelo seu longo tempo o número de mortos foi de aproximadamente 3.000 pessoas, um número não muito alto pelo tempo que durou a revolta.  

 O tradicionalismo foi e ainda é muito forte no Rio Grande do Sul, ainda se vê o povo todo pilchado, com bombacha, fazendo as danças tradicionais com a música gauchesca, o bom e velho churrasco que tem um sabor único no Rio Grande do Sul, temos que admitir que o povo gaúcho defende e vive suas tradições como nenhum outro estado do Brasil, o amor que o povo gaúcho tem pela sua história é único, o regionalismo impera no Sul do Brasil, o orgulho de ser gaúcho vem de berço, lá do passado, antes mesmo de 1835, e apos 1835 se intensificou cada vez mais, é o povo que sabe e canta com maior orgulho o hino de seu estado, que cultiva suas tradições. 

Mas como Eduardo Bueno costuma dizer: A Revolução Farroupilha é a guerra que os gaúchos perderam, fingem que empatou e festejam como se tivessem ganhado! 

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