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FONTE: reprodução OMS
A mpox, anteriormente conhecida como monkeypox, é uma doença zoonótica viral causada pelo vírus mpox (MPXV), que pertence ao gênero Orthopoxvirus e à família Poxviridae. A mpox ganhou atenção nesta ultima semana devido ao aumento dos casos notificados fora de suas áreas endêmicas tradicionais, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma emergência de saúde pública. Qual a profundidade desta doença e os sintomas da mpox, as vacinas disponíveis, as medidas de prevenção e a importância da vigilância sanitária na contenção da doença.
Mpox: O que é e como ocorre a transmissão?
A mpox é uma doença viral que pode ser transmitida para os seres humanos através do contato com pessoas infectadas, materiais contaminados ou animais silvestres, como roedores. A infecção pode ocorrer por meio de contato direto com lesões na pele, fluidos corporais, ou até mesmo através da inalação de gotículas respiratórias durante uma exposição prolongada, ou seja, pelo ar que você respira perto de alguém. Essa característica torna trabalhadores da saúde, familiares e parceiros íntimos particularmente vulneráveis à infecção.
O vírus mpox é estruturalmente semelhante ao vírus da varíola, o que explica algumas das semelhanças nos sintomas. No entanto, a mpox tende a ser menos letal que a varíola. A transmissão do vírus pode ocorrer de forma direta ou indireta, como por meio do contato com roupas, toalhas ou roupas de cama que foram usadas por uma pessoa infectada.
Sintomas da Mpox
Os sintomas da mpox variam, mas geralmente incluem erupções cutâneas, febre, dores musculares, dor de cabeça, calafrios, fraqueza e linfonodos inchados (adenomegalia). Essas manifestações podem aparecer de 3 a 16 dias após a infecção, mas o período de incubação pode se estender até 21 dias. As erupções cutâneas geralmente surgem um a três dias após o início da febre e podem evoluir de lesões planas para bolhas preenchidas com líquido claro ou amarelado. Essas lesões podem se concentrar no rosto, mãos e pés, mas também podem aparecer na boca, olhos, órgãos genitais e ânus.
A gravidade dos sintomas pode variar de leve a moderada, e em muitos casos, a doença resolve-se espontaneamente dentro de duas a quatro semanas. No entanto, a presença de sintomas graves pode indicar complicações e requer atenção médica imediata.
Diagnóstico e Vigilância Sanitária
O diagnóstico da mpox é feito através de testes laboratoriais específicos, como o teste molecular ou sequenciamento genético, que permitem a detecção precisa do vírus mpox. As amostras para análise geralmente são colhidas das secreções das lesões cutâneas, ou das crostas, quando as lesões já estão secas. No Brasil, laboratórios de referência, como o Instituto Butantan, desempenham um papel crucial na identificação do vírus e no apoio às medidas de controle.
Além do diagnóstico, a vigilância sanitária é uma ferramenta vital na contenção da mpox. A notificação de casos é obrigatória e deve ser realizada em até 24 horas, conforme estabelecido pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (e-SUS Sinan). A vigilância ativa permite o monitoramento contínuo da disseminação da doença, facilitando a implementação de medidas preventivas e de controle.
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Prevenção e Vacinação
A prevenção da mpox depende de várias estratégias, incluindo o isolamento de pessoas infectadas e a adoção de práticas de higiene rigorosas, como lavar as mãos regularmente e desinfetar superfícies que possam estar contaminadas. A utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas, máscaras e aventais, é essencial para evitar a transmissão em ambientes de saúde ou em contextos domésticos onde haja contato com pacientes infectados.
A vacinação contra a mpox é outra medida fundamental de prevenção, especialmente em regiões com alto risco de transmissão. A vacina contra a varíola tem demonstrado eficácia na prevenção da mpox, devido à similaridade entre os dois vírus. No Brasil, a vacinação é recomendada para pessoas em grupos de risco, como aquelas vivendo com HIV/AIDS, profissionais de laboratório que manipulam o vírus mpox, e indivíduos que tiveram contato próximo com casos confirmados.
A estratégia de vacinação pode incluir tanto a vacinação pré-exposição, para prevenir infecções em grupos de alto risco, quanto a vacinação pós-exposição, que é administrada após o contato com o vírus para prevenir o desenvolvimento da doença. A OMS recomenda a vacinação para pessoas em risco de exposição ao vírus, especialmente em áreas endêmicas ou em situações de surto.
Casos Notificados e Resposta Global
Desde o surgimento da mpox em áreas fora de suas zonas endêmicas, como a África Central e Ocidental, a doença tem sido monitorada de perto pela OMS e por autoridades de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, a vigilância sanitária desempenha seu papel na identificação precoce e no controle da disseminação da mpox. A notificação rápida de casos e a implementação de protocolos de isolamento são fundamentais para prevenir surtos.
O aumento dos casos notificados em diferentes países, incluindo o Brasil, levou a uma resposta coordenada, que inclui campanhas de vacinação, fortalecimento das capacidades de diagnóstico e adoção de medidas de controle rigorosas em serviços de saúde. A vigilância sanitária em países endêmicos, combinada com a cooperação internacional, é essencial para conter a disseminação da mpox.
Impacto na Saúde Pública e Futuro da Prevenção
A mpox representa um desafio significativo para a saúde pública global. A capacidade de resposta rápida e eficaz, incluindo o uso de vacinas, vigilância sanitária, e a conscientização sobre os sintomas da doença, é crucial para prevenir surtos e proteger populações vulneráveis. A colaboração internacional e o fortalecimento dos sistemas de saúde são necessários para mitigar o impacto da mpox e garantir uma resposta adequada a futuras emergências de saúde pública.
Em suma, a mpox é uma doença que exige atenção contínua, tanto em termos de prevenção quanto de controle. A vacinação, aliada a práticas de vigilância sanitária eficazes e a conscientização pública, são as melhores ferramentas para reduzir a transmissão e minimizar os impactos da doença na saúde pública global.
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