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Narciso! Um amor impossível

Vivendo na Era de Narcisos!

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O mundo contemporâneo tem se tornado cada vez mais egoísta, com as pessoas demonstrando menor disposição para a caridade e maior preocupação consigo mesmas. Será esse fenômeno resultado da rápida evolução tecnológica e dos avanços que testemunhamos? Ou será que as pessoas simplesmente deixaram de se importar com o próximo, preferindo viver em seus próprios mundos e focar exclusivamente em si mesmas? Ou ainda, será que o mundo e as pessoas sempre foram assim? Estas são questões que nos deparamos diariamente. 

No contexto atual, há um termo que tem sido amplamente utilizado para descrever tais atitudes e identificar certos comportamentos humanos, muitas vezes sendo até confundido com a falta de empatia pelo próximo: o narcisismo. Para compreender melhor esse conceito, é necessário voltar no tempo, à Grécia Antiga, e explorar um personagem da mitologia grega que continua a ser discutido até os dias de hoje: Narciso. 

Quem era Narciso, e por que o termo “narcisista” é usado para descrever determinados comportamentos humanos? 

Narciso, na mitologia grega, era um jovem célebre por sua extraordinária beleza e vaidade. Ele se apaixonou pelo próprio reflexo ao contemplar sua imagem em um lago. Envolta em mistério e rica em simbolismo, a história de Narciso continua a ser objeto de estudo e interpretação até os dias atuais. 

Narciso era filho de Cefiso, um deus-rio, e Liríope, uma ninfa. Talvez devido às suas origens divinas, Narciso nasceu dotado de uma beleza extraordinária, que desde o nascimento despertou temor em seus pais. Eles temiam que tamanha perfeição física pudesse ser vista como uma afronta aos deuses. Na cultura clássica, qualquer qualidade excessiva era considerada perigosa, pois poderia desencadear a chamada hybris, termo que se refere à arrogância ou orgulho extremo. Esse foi o destino de Narciso, que cresceu e se tornou o centro das atenções em todos os lugares por onde passava. Ele era desejado por todas as mulheres da Grécia, inclusive pelas ninfas, mas sua soberba e frieza eram tão grandes que ele rejeitava todas as investidas, pois nenhuma mulher, em sua visão, era bela ou digna o suficiente para merecer sua presença. 

Essa frieza e soberba acabaram por selar o destino de Narciso. Ao nascer, sua mãe, espantada com tamanha perfeição, temeu pela vida de seu filho e decidiu consultar o profeta Tirésias, um ancião cego que possuía a habilidade de prever o futuro. Ela perguntou se a vida de Narciso seria longa. O oráculo respondeu afirmativamente, desde que ele nunca contemplasse o próprio reflexo, pois essa seria a sua perdição. Narciso, no entanto, cultivava uma devoção extrema por sua própria beleza, e seu amor por si mesmo era de tal forma exagerado que o levou a um trágico fim. 

O amor exagerado por si mesmo trouxe tragédia e uma vida curta para Narciso. A Ninfa Eco, condenada por Hera a repetir eternamente as palavras dos outros e a viver isolada em um lago, se apaixonou por Narciso, mas sempre foi rejeitada. Tão grande foi sua desilusão que ela acabou se isolando e, em sua tristeza, seu corpo se transformou em uma rocha. As outras ninfas, indignadas com a crueldade de Narciso, pediram ajuda a Nêmesis, a deusa da vingança. Em resposta, Nêmesis decidiu puni-lo, condenando-o a viver um amor impossível: ele se apaixonaria por sua própria imagem. Assim, ao debruçar-se para beber água em um lago, Narciso viu seu reflexo e, ao perceber sua própria beleza, ficou fascinado. Incapaz de se afastar, permaneceu ali, contemplando-se, até que, sem comer ou se mover, sucumbiu à morte. 

Ao trazer esse mito para a psicanálise, o narcisismo é definido como um conceito que descreve um indivíduo que admira excessivamente sua própria imagem, nutrindo uma paixão exagerada por si mesmo. Pessoas consideradas narcisistas pelos especialistas geralmente possuem características egocêntricas, sendo mais fechadas e solitárias. 

De acordo com o psicanalista Sigmund Freud, o narcisismo é uma característica comum a todos os seres humanos e está relacionado ao desenvolvimento da libido, ou desejo sexual, que Freud associa ao conceito de Eros. Na perspectiva psicanalítica, o narcisismo como perversão sexual é uma fixação em uma fase transitória da infância, que em si é normal. Esse conceito está parcialmente correlacionado com a homossexualidade e o exibicionismo, entre outras características da conduta sexual. 

O narcisismo transforma-se em patologia, ou seja, passa de um estado normal para um estado doentio, quando entra em conflito com ideias culturais e éticas, tornando-se excessivo e dificultando as relações normais do indivíduo no meio social. Segundo os estudos de Freud, o narcisismo pode ser dividido em duas etapas: o narcisismo primário, que corresponde à fase autoerótica, e o narcisismo secundário, quando o indivíduo desenvolve o ego e consegue diferenciar seus próprios desejos e o que o atrai do restante do mundo. 

Alguns especialistas, conforme relatado no site da CNN Brasil, identificaram cinco características principais para reconhecer uma pessoa com traços narcisistas. De acordo com a pesquisa, 10% da população apresenta traços de narcisismo. No entanto, o transtorno narcisista de personalidade, que é uma condição mais grave, afeta apenas 1% a 2% da população, como explicou o Dr. W. Keith Campbell, professor de psicologia da Universidade da Geórgia. 

“Se o comportamento narcisista destrói um casamento, arruína relações comerciais e leva a uma confiança excessiva no trabalho, acaba virando um distúrbio”, disse Campbell ao descrever o quadro. 

O narcisismo é um traço de personalidade, e todos os indivíduos se situam em algum ponto desse espectro, conforme o Dr. Craig Malkin, professor de psicologia na Harvard Medical School e psicólogo em Cambridge, Massachusetts. Aproximadamente 10% das pessoas que apresentam os níveis mais altos desse traço são definidas como narcisistas, embora isso não inclua o 1% da população que possui o transtorno narcisista de personalidade. Em outras palavras, uma em cada dez pessoas pode ser considerada narcisista, segundo Malkin. 

“É mesmo difícil identificá-los, porque eles têm uma fachada muito boa e cada um é um pouco diferente do outro”, afirmou Ashway. “As pessoas podem passar anos sem detectar o narcisismo”. 

Será que é hora de se distanciar de um narcisista? Tente usar a “pedra cinzenta”, um método para lidar com narcisistas no qual você se torna o mais desinteressante possível. 

Estamos vivendo em uma era marcada pelo narcisismo, na qual a simples postagem de uma selfie se transforma em um culto à imagem e ao corpo. É uma época onde o ego prevalece sobre a compaixão, onde a beleza externa é considerada muito mais significativa do que a empatia pelo próximo. Nesse contexto, “postar” uma vida plena e invejável tornou-se mais atraente do que uma conversa agradável entre amigos. 

Essa obsessão por exibir uma vida superior e plena contamina a sociedade. A busca incessante por fama, sucesso, “likes” e engajamento faz com que, mesmo involuntariamente, as pessoas desenvolvam traços narcisistas. O objetivo deste texto não é polemizar ou acusar, mas sim alertar sobre a necessidade de refletirmos sobre a importância que atribuímos à busca por “curtidas” e “likes”. É fundamental que essa busca não nos faça esquecer que a vida não se resume às redes sociais. Por trás da tela, somos indivíduos com sentimentos: amamos, choramos, sofremos, pagamos contas e nos esforçamos para trabalhar. Não precisamos competir para ser melhores do que ninguém, nem provar nada a ninguém. 

Devemos realizar uma autoanálise e reconhecer que o mundo não gira em torno de nós mesmos. Há pessoas reais, ao nosso redor, que necessitam de um abraço, de um amigo, de uma boa conversa. Vivemos em uma era que exige, acima de tudo, empatia e amor ao próximo. O amor próprio é, sem dúvida, essencial, mas não deve nos levar a negligenciar o nosso bem-estar dos outros a nossa volta. 

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