Um tenor com uma das vozes mais estranhas e essenciais da ópera
Klaus Florian Vogt, um especialista em Wagner com um som etéreo, mas poderoso, está retornando ao Festival de Bayreuth para cantar no “Ring”.
fonte:lemonde.fr

Klaus Florian Vogt: A Voz que Divide e Conquista
O Fenômeno Vocal
A voz de Klaus Florian Vogt é um fenômeno que até mesmo ele encontra difícil de compreender. Nos primeiros dias de sua carreira, por exemplo, ele ouvia gravações de si mesmo e ficava surpreso com o timbre. Apesar de saber que seu tenor era brilhante, ele percebeu que fora de sua cabeça, o som parecia ainda mais radiante.
Reações e Críticas
Vogt não era o único a ter dúvidas sobre sua própria voz. Flexível, polida e poderosa, a voz dele continua a dividir opiniões entre os ouvintes. Enquanto alguns críticos consideram-na jovial, outros a julgam imatura. Aos 54 anos, Vogt se destaca como um dos artistas mais essenciais da ópera. No entanto, “não há voz que divida tanto os fãs”, escreveu o crítico musical Markus Thiel em uma resenha. De acordo com Thiel, alguns a descrevem como “etérea” e “sobrenatural”, enquanto outros a acham “infantil” e criticam-na como “Wagner wish-wash”.
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Aceitação e Autenticidade
Atualmente, Vogt não se surpreende mais com o som de sua voz. Ele observou, portanto, que ela está se aproximando cada vez mais de sua imaginação sobre como deseja cantar e o resultado real. Além disso, ele aceitou que sua voz não agrada a todos. “O que eu nunca quis”, ele afirmou, “foi fingir ser algo que não sou. Isso é perigoso para a técnica vocal e para a voz em geral — quando você não canta com sua própria voz.”
Especialização e Novidades
Vogt é um especialista em Wagner, tendo todos os principais papéis de tenor do compositor em seu repertório desde o ano passado. Por exemplo, ele se apresentou como Siegfried nas duas últimas óperas do ciclo Ring na Zurich Opera House. Em 31 de julho, ele cantará o papel pela primeira vez no Festival de Bayreuth, na Alemanha.

Artista Visual, Escritor e Crítico. Vassourense nas horas vagas