Artista Visual, Escritor e Crítico. Vassourense nas horas vagas
Alain Delon em cena do filme Plein Soleil, de 1960. Reprodução: Youtube
Uma Vida e Carreira Marcadas por Sucessos e Polêmicas
Alain Delon, o célebre ator francês, faleceu aos 88 anos, deixando para trás um legado inegável no cinema mundial. Conhecido por protagonizar filmes icônicos como “Le Samouraï” (Ofício de Matar) e “Rocco e i suoi fratelli” (Rocco e Seus Irmãos), Delon tornou-se um dos rostos mais reconhecidos e respeitados da sétima arte. Assim como outras celebridades que possuiram suas particularidades e problemas pessoais. Veja abaixo
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Carreira e Cinematográfica de Alain
Nascido em Sceaux, nos subúrbios de Paris, Alain Fabien Maurice Marcel Delon teve uma infância turbulenta, frequentemente sendo expulso da escola. Antes de entrar para o mundo do cinema, Delon teve diversas profissões, inclusive servindo como fuzileiro naval na Indochina. Sua estreia no cinema aconteceu em 1957 com o filme “Quand la femme s’en mêle”, dirigido por Yves Allégret. No entanto, foi com o filme “À Luz do Sol” (1960), dirigido por René Clément, que Delon realmente chamou a atenção do público e da crítica, interpretando o famoso Tom Ripley.
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A partir daí, sua carreira deslanchou, permitindo que ele trabalhasse com renomados cineastas como Luchino Visconti, Michelangelo Antonioni, Henri Verneuil e Jean-Pierre Melville. Em filmes como “Rocco e Seus Irmãos” (1960) e “O Leopardo” (1963), Delon consolidou sua posição como um dos grandes atores da época.
Legado de Alain Delon no Cinema Francês e Internacional
Delon foi uma figura central no cinema francês e sua influência ultrapassou fronteiras, sendo reconhecido internacionalmente por seu talento e carisma. Filmes como “Le Samouraï” (1967) e “O Círculo Vermelho” (1970), ambos dirigidos por Jean-Pierre Melville, são considerados clássicos do cinema noir, com Delon sendo frequentemente associado ao papel de anti-herói.
Ao longo de sua carreira, Delon recebeu inúmeros prêmios e homenagens, incluindo o Leopardo de Ouro em Locarno, em 2012, e a Palma de Ouro honorária no Festival de Cannes, em 2019. No entanto, essas honrarias também vieram acompanhadas de polêmicas.
Controvérsias e Declarações Polêmicas
Alain Delon in Plein Soleil, 1960. The film was based on the 1955 novel The Talented Mr Ripley by Patricia Highsmith. Photograph: Pictorial Press/Alamy
Delon não era estranho às controvérsias. Em 2019, durante o Festival de Cannes, a organização foi criticada por conceder-lhe a Palma de Ouro honorária, devido a declarações passadas do ator, consideradas racistas, homofóbicas e misóginas por alguns grupos, como a associação Women in Hollywood. Delon respondeu a essas acusações com sua característica franqueza, afirmando que muitas das críticas eram baseadas em “fabricações e invenções”. Ele defendeu suas opiniões sobre adoção por casais do mesmo sexo e outras questões, mas negou ser homofóbico ou racista.
Envelhecimento e a Eutanásia de Alain
Nos últimos anos de sua vida, Delon tornou-se um defensor da eutanásia, expressando seu desejo de recorrer a ela devido à sua aversão ao envelhecimento e às limitações físicas que ele enfrentava. Em 2022, Delon tornou pública sua decisão de recorrer à eutanásia na Suíça, onde vivia, destacando sua insatisfação com o processo de envelhecimento e as dificuldades que isso lhe trazia.
Uma Carreira Memorável e Complexa
Alain Delon foi, sem dúvida, uma figura complexa e multifacetada. Seu talento como ator é inegável, e seu impacto no cinema continuará a ser lembrado por gerações. No entanto, sua vida fora das telas foi igualmente marcada por polêmicas e declarações controversas, refletindo uma personalidade forte e muitas vezes divisiva.
Sua morte marca o fim de uma era no cinema francês, mas seu legado, tanto em termos de atuação quanto nas discussões que gerou, continuará a ser objeto de análise e admiração.
Neste artigo, buscamos homenagear sua trajetória, refletindo sobre suas conquistas, desafios e o impacto duradouro que deixou no mundo do cinema.
Artista Visual, Escritor e Crítico. Vassourense nas horas vagas