Artista Visual, Escritor e Crítico. Vassourense nas horas vagas
Contexto e Importância do Tema
Recentemente, pesquisadores do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH) destacaram a significativa influência de Elon Musk na disseminação de desinformação eleitoral através da plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter. Desde a aquisição da plataforma por Musk em 2022, as alegações eleitorais enganosas postadas por ele têm acumulado quase 1,2 bilhão de visualizações, levantando preocupações sobre o impacto potencial na altamente polarizada disputa pela Casa Branca.
O Papel de Musk na Desinformação Eleitoral
Alegações Falsas e Enganosas
Pesquisadores do CCDH identificaram 50 postagens de Elon Musk desde janeiro que continham alegações eleitorais desmascaradas por verificadores de fatos independentes. Entre essas alegações estavam ideias amplamente desacreditadas, como a de que os democratas estão encorajando a migração ilegal para “importar eleitores” e a afirmação de que a eleição é vulnerável a fraudes. Ambas as alegações acumularam centenas de milhões de visualizações.
Nenhuma dessas postagens exibia uma “Nota da Comunidade”, uma ferramenta de moderação colaborativa que o X promoveu como uma forma de os usuários adicionarem contexto às postagens. A ausência dessas notas levanta questões sobre a eficácia da plataforma no combate à desinformação.
Elon Musk, CEO do X, anteriormente conhecido como Twitter. Crédito: Wikimedia Commons – Licença: CC BY-SA 4.0
Deepfakes e Sátiras Enganosas
Na semana passada, Musk enfrentou uma enxurrada de críticas por compartilhar um vídeo deepfake de IA envolvendo a vice-presidente Kamala Harris. O vídeo, que imitava Harris chamando o presidente Joe Biden de senil e afirmando que ela “não sabe nada sobre como administrar o país”, foi visto por milhões de pessoas. A única indicação de que o vídeo era uma paródia era um emoji rindo, e Musk só esclareceu posteriormente que o vídeo era para ser uma sátira.
Reações e Preocupações
Críticas ao Abuso de Influência
Imran Ahmed, presidente-executivo do CCDH, criticou Musk por “abusar de sua posição privilegiada” como dono de uma plataforma de mídia social politicamente influente para semear desinformação. Ahmed destacou a falta de Notas da Comunidade nas postagens de Musk como um sinal de que a plataforma está falhando em conter a incitação impulsionada por algoritmos, o que pode levar à violência no mundo real.
Nora Benavidez, do grupo de advocacia Free Press Action Fund, afirmou que Musk se comporta como se estivesse acima de qualquer reprovação, apesar das crescentes evidências de seu papel prejudicial em alimentar a desinformação e a divisão antes das eleições dos EUA. Benavidez apelou ao público, agências reguladoras e anunciantes para responsabilizarem Musk por seu comportamento antidemocrático.
Centro de Combate ao Ódio Digital. Crédito: Wikimedia Commons – Licença: CC BY-SA 4.0
Ação e Resposta das Autoridades
Carta Aberta de Secretários de Estado
Na segunda-feira, um grupo bipartidário de cinco secretários de estado dos EUA enviou uma carta aberta a Musk, pedindo que ele consertasse o chatbot de IA do X, conhecido como Grok. Após Biden ter desistido da corrida presidencial no mês passado e apoiado Harris como candidata democrata, Grok divulgou informações falsas sobre os prazos de votação, que foram amplificadas por outras plataformas.
Desmantelamento de Equipes de Moderação
O X também enfrentou críticas por desmantelar equipes de confiança e segurança e reduzir os esforços de moderação de conteúdo antes usados para domar a desinformação. Pesquisadores afirmam que essas mudanças transformaram a plataforma em um paraíso para a desinformação, exacerbando as tensões políticas e sociais.
Desinformação nas redes sociais. Crédito: https://revistaesmeril.com.br/paula-marisa%E4%B8%A8twitter-files-brazil-um-escandalo-que-a-velha-midia-varrera-para-debaixo-do-tapete/
Impactos na Sociedade e no Processo Eleitoral
Efeitos na Opinião Pública
A disseminação de desinformação eleitoral por figuras influentes como Elon Musk pode ter um impacto significativo na opinião pública e no processo eleitoral. A desinformação pode gerar desconfiança no sistema eleitoral, polarizar ainda mais o eleitorado e incitar comportamentos violentos. Em um contexto de alta polarização política, a responsabilidade de plataformas de mídia social e de seus proprietários é crucial para manter a integridade do processo democrático.
Medidas de Mitigação
Para mitigar os efeitos da desinformação, é essencial que plataformas como o X implementem e reforcem ferramentas de moderação eficazes. A utilização de Notas da Comunidade e outras medidas colaborativas pode ajudar a adicionar contexto e combater falsidades. Além disso, a colaboração com verificadores de fatos independentes é fundamental para garantir que informações precisas sejam disseminadas.
Perspectivas e Desafios Futuros
O papel de Elon Musk na disseminação de desinformação eleitoral destaca os desafios e responsabilidades das plataformas de mídia social na era digital. À medida que nos aproximamos das eleições, a necessidade de medidas robustas para combater a desinformação é mais urgente do que nunca. A pressão pública, a ação regulatória e a responsabilidade corporativa são essenciais para proteger a integridade do processo democrático e garantir que a informação correta prevaleça.
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Fontes das Imagens
- Elon Musk – Wikimedia Commons, Licença: CC BY-SA 4.0
- Centro de Combate ao Ódio Digital – Wikimedia Commons, Licença: CC BY-SA 4.0
- Desinformação nas Redes Sociais – Wikimedia Commons, Licença: CC BY-SA 4.0
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