Internacional
Violência sexual
Marko Rupnik, católico, padre artista com mosaicos em igrejas no mundo todo, está sendo investigado por violência psicológica e sexual contra cerca de 20 mulheres, depois que o Papa Francisco revogou o estatuto de limitações desses crimes.

Decisão em Lourdes Marca Avanço para Vítimas
Ação Contra Mosaicos do Padre Rupnik
Vítimas do padre artista Marko Rupnik comemoraram a decisão do local de peregrinação católica de Lourdes de não mais iluminar seus mosaicos. Essa decisão ocorreu na quarta-feira, 3 de julho, e representou um avanço significativo para as vítimas. Rupnik, um padre esloveno de 69 anos, enfrenta investigações por violência psicológica e sexual contra pelo menos 20 mulheres ao longo de quase 30 anos. Muitas das vítimas, por sua vez, são freiras de um convento em Liubliana, que Rupnik cofundou no início dos anos 1990. Além disso, outras acusações envolvem seu tempo em um instituto de arte de Roma, que ele também fundou.
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Pedido das Vítimas e Resposta da Diocese
No mês passado, cinco das mulheres solicitaram às dioceses onde as obras de Rupnik estão exibidas que retirassem as obras. A diocese francesa de Tarbes-Lourdes respondeu parcialmente a esse pedido. De acordo com a diocese, os mosaicos de Rupnik no Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, um dos maiores locais de peregrinação católica do mundo, não receberão mais iluminação durante a procissão noturna. Entretanto, os mosaicos ainda permanecerão visíveis durante o dia. A advogada italiana das mulheres, Laura Sgro, considerou essa ação um avanço, mas alertou que os mosaicos ainda “alimentarão a inquietação dos fiéis e a dor das vítimas” do Católico.
Discussões Internas e Medidas Futuras
Em Lourdes, um think-tank formado por bispos, especialistas em arte, vítimas e psicólogos debateu a remoção dos mosaicos. O bispo Jean-Marc Micas expressou o desejo pessoal de remover os mosaicos. Contudo, ele também reconheceu que essa ação não contava com “apoio generalizado”.
Impacto Global e Medidas Eclesiásticas
Mais de 200 mosaicos de Rupnik decoram igrejas ao redor do mundo, incluindo locais de peregrinação como Fátima, em Portugal, e o Vaticano. Em 2020, a Igreja excomungou Rupnik brevemente após ele absolver alguém de ter relações sexuais com ele. No entanto, a Igreja reintegrou-o após um arrependimento formal. Em junho de 2023, Rupnik foi expulso da ordem dos Jesuítas, da qual o Papa Francisco é membro. Então, em outubro do mesmo ano, o Papa Francisco renunciou ao estatuto de limitações das ofensas, abrindo caminho para possíveis procedimentos disciplinares futuros para Católico.

Artista Visual, Escritor e Crítico. Vassourense nas horas vagas