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A Ascensão do Breaking: De Nova York ao Brasil, Uma Jornada de Cultura e Resistência

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Origens e Surgimento

O breaking, um dos elementos mais vibrantes e enérgicos da cultura Hip Hop, emergiu na década de 1970 nas periferias de Nova York. Mais do que uma simples dança, o breaking é uma forma de expressão que carrega em seus movimentos a história e a resistência de uma juventude marginalizada. Parte integrante do movimento Hip Hop, que também abrange os DJs, o grafite e os MCs, o breaking rapidamente se espalhou, conquistando espaços e se tornando um símbolo de resistência cultural.

Segundo Thais Melo, Coordenadora de Breaking no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), conhecida como B-girl Thaisinha, “o breaking surgiu movido ao soul, ao funk, às músicas e à cultura negra afrodiaspórica da época”. Essa dança, que inicialmente floresceu nas chamadas block parties – festas de rua que reuniam comunidades inteiras – evoluiu para algo muito maior. “As pessoas dançavam, curtindo o som, e quando a roda abria, cada um mostrava seu melhor passo. O que começou como diversão, logo se transformou em uma competição acirrada entre grupos e gangues, que batalhavam para provar seu valor nas ruas”, explica Thais.

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A ascensão do breaking: de nova york ao brasil, uma jornada de cultura e resistência 5

O Impacto Cultural do Breaking

Ao longo dos últimos 50 anos, o breaking, assim como o Hip Hop, atravessou fronteiras e conquistou o mundo. Mas com essa expansão, surgiram também novas interpretações e, em alguns casos, a dança passou a ser chamada de break dance, um termo que alguns praticantes consideram mais acessível ao grande público, mas que, segundo Thaisinha, não captura toda a essência do movimento. “Fica até mais explicativo para o público entender que é uma dança. Mas a gente prefere manter o nome breaking somente” .

Chegada ao Brasil e Difusão Cultural

No Brasil, o breaking desembarcou em 1984, impulsionado por filmes, vídeos e reportagens que começavam a ganhar destaque na mídia. Thais relembra um momento marcante dessa fase de difusão: muitos dançarinos se reuniam no Cine Marabá, uma histórica sala de cinema em São Paulo, para assistir ao filme Beat Street (1984). “Esse filme tinha uma batalha de dança que impactou muita gente. A galera assistia várias vezes ao filme para aprender os passos”, conta.

Um dos grandes precursores do movimento no Brasil foi Nelson Triunfo, uma figura icônica que levou o Hip Hop às ruas de São Paulo. Nascido em Triunfo, Pernambuco, Nelson se destacou por suas performances na Rua 24 de Maio, no coração de São Paulo, e mais tarde na estação de metrô São Bento, onde o movimento realmente ganhou força. “As pessoas se reuniam para aprender, trocar experiências e batalhar. São Bento se tornou um marco do breaking no Brasil, onde havia brigas, batalhas, mas também muita união” .

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Triunfo, um dos precursores do Hip Hop no Brasil — Crédito: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nelson_Triunfo_chico_macena.jpg

O Reconhecimento dos Breakers: Um Caminho de Superação

Diferente de outras modalidades esportivas que utilizam faixas, cordões ou medalhas para simbolizar o progresso, o reconhecimento no breaking é algo conquistado nas ruas. “Você começa a aprender os passos, se aproxima das pessoas, frequenta eventos, festas, competições, e aos poucos começa a ser reconhecido como um B-boy ou B-girl”, explica Thais. Esse reconhecimento não é dado, mas sim conquistado, refletindo a natureza desafiadora e competitiva do breaking.

A Preparação Física e Mental: O Que é Necessário para Ser um Breaker

Para muitos, o breaking pode parecer uma atividade simples, que requer apenas habilidade para saltar e executar passos ágeis. No entanto, essa percepção está longe da realidade. A prática do breaking exige uma preparação física rigorosa, que inclui musculação, exercícios funcionais, flexibilidade e até yoga. “O tipo de treinamento depende muito das características de dança de cada breaker. Por exemplo, quem salta mais precisa de mais potência nos membros inferiores. Já para quem tem mais flexibilidade, o cuidado deve ser com a força elástica”, comenta Cleber Luiz, também conhecido como B-boy Clean, que atua como treinador de Breaking no COTP .

Cleber também destaca a importância do treinamento mental para o sucesso no breaking. “Eu diria que 70% é mental e 30% é físico. No treino, você vai suar, pensar em mecanismos, construir uma dança cada vez mais plástica e bem-feita. Mas quando se trata de uma batalha, o cenário muda completamente. A pressão de estar competindo, a energia do ambiente, tudo isso exige que o estado mental esteja em sincronia com o físico para alcançar o melhor.

Essa preparação é essencial não apenas para a performance individual, mas também para aguentar o ritmo intenso das batalhas, que geralmente incluem 2 a 3 rounds, com cada performance durando de 30 segundos a um minuto. “A escolha do tempo de performance pode ser uma estratégia para vencer o oponente. Por exemplo, se ele ainda não se recuperou completamente, você pode reduzir sua sessão para forçá-lo a gastar mais energia na resposta”, acrescenta Cleber.

Elementos Fundamentais do Breaking: A Base para o Sucesso

Independente do nível de experiência, todo B-boy ou B-girl precisa dominar os elementos fundamentais do breaking. Cleber Luiz compara esses fundamentos ao “feijão com arroz” da dança, essenciais para qualquer dançarino que deseja se destacar:

  • Toprocks: são os passos realizados em pé, considerados o cartão de visitas do dançarino.
  • Footworks: envolvem movimentos de chutes e giros no chão, essenciais para o estilo de dança.
  • Freezes: são as posições paradas que demonstram controle, força e técnica.
  • Go Downs: referem-se às transições entre os planos alto e baixo, que conectam os movimentos de maneira fluida.
  • Power Moves: também conhecidos como Spin Moves, são movimentos acrobáticos que impressionam pelo dinamismo e complexidade.

A Moda no Breaking: Expressão e Identidade

A moda sempre desempenhou um papel importante na cultura Hip Hop, e no breaking não é diferente. As roupas usadas pelos dançarinos não são apenas uma questão de conforto, mas também uma forma de expressar sua identidade. “A roupa é muito importante porque mostra nossa personalidade. A gente gosta de usar toucas, boinas, peças que já são clássicas no movimento. Elas mostram quem somos, nossa regionalidade e, claro, nosso estilo”, explica Cleber.

A Presença Feminina no Breaking: Desafios e Conquistas

Participante ativa do movimento há 20 anos, Thais Melo iniciou no breaking por se identificar com o lifestyle que ele representa. “Não era só a dança, era o estilo de vida como um todo – as roupas, a música, os lugares que eu frequentava… Eu me sentia acolhida pela cultura Hip Hop”, conta Thais. No entanto, ela também enfrentou desafios, principalmente por ser uma mulher em um ambiente predominantemente masculino.

Thais relembra as dificuldades enfrentadas em um cenário ainda marcado pelo machismo. “O preconceito não vinha do Hip Hop em si, mas da sociedade como um todo, que há 20 anos era muito mais machista. Felizmente, as coisas têm mudado. Hoje vemos mais mulheres praticando breaking, e como B-girl, sinto que meu papel é fortalecer outras mulheres e incentivar meninas a fazerem parte dessa cultura”, afirma.

O Futuro do Breaking e as Perspectivas para B-girls e B-boys

À medida que o breaking continua a evoluir, novas oportunidades estão surgindo para B-girls e B-boys em todo o mundo. Com a inclusão do breaking em competições esportivas, como nas Olimpíadas de Paris 2024, o reconhecimento internacional da dança está em ascensão. A visibilidade trazida por eventos de grande escala pode abrir portas para novos talentos e ajudar a solidificar o lugar do breaking no cenário esportivo global.

Reflexões Finais

A trajetória do breaking é um testemunho da resiliência, da criatividade e da capacidade de uma cultura de se adaptar e florescer em novos contextos. De sua origem nas ruas de Nova York à sua consolidação no Brasil e no mundo, o breaking continua a ser uma força poderosa de expressão e identidade. À medida que novos desafios surgem, a comunidade do breaking permanece unida, pronta para continuar essa jornada de resistência, celebração e inovação.

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