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Artigo de opinião

Muito Barulho Por Nada na Cerimônia de Abertura Olímpica?

A polêmica em torno da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos pode parecer um caso de muito barulho por nada. Pois o diretor artístico Thomas Jolly e as referências à “Festa dos Deuses do Olimpo” tentaram esclarecer a questão. Em suma, a explicação parece plausível, pois a pintura de Jan Harmensz van Bijlert, que alude à “Última Ceia” de Leonardo da Vinci, tornou-se o ponto focal deste alvoroço midiático.

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Suspeitas Persistem nas Redes Sociais sobre a última ceia

Apesar dessas explicações, as suspeitas permanecem nas redes sociais. Tanto o comitê organizador quanto Jolly afirmaram que não tiveram a intenção de provocar, enquanto o cantor e ator Philippe Katerine buscou perdão por qualquer ofensa não intencional. Pois a reação internacional os surpreendeu, embora isso possa ser entendido ao examinar a natureza multifacetada do debate.

Apropriação por Católicos Conservadores? O que é a última ceia

Um fator significativo é a capacidade da facção católica conservadora de reivindicar a blasfêmia. Em 26 de julho, a política de extrema direita Marion Maréchal tuitou em inglês e francês para “todos os cristãos do mundo”, condenando a “paródia drag-queen da Última Ceia”. Bispos, muitas vezes alinhados a movimentos conservadores como o arcebispo de São Francisco, reagiram à montagem fotográfica do tuíte, que fez um paralelo com a “Última Ceia” de Leonardo da Vinci e a arranjo drag-queen com a DJ Barbara Butch.

Imagens Comparativas e Controvérsia Amplificada

Apesar das claras diferenças, a semelhança na estrutura entre o “tableau vivant” e a pintura provocou comparações. Episódios anteriores retransmitidos por organizações de extrema direita ampliaram a controvérsia ao antecipar as vozes das partes ofendidas, controlando assim a narrativa. Contra esse pano de fundo, a Conferência Episcopal Francesa emitiu uma declaração moderada para abordar as queixas genuínas sem ceder terreno aos extremistas.

Conclusão

Em suma, o debate sobre a cerimônia de abertura reflete uma interseção complexa entre arte, religião e dinâmica das redes sociais, revelando como as controvérsias podem escalar facilmente na era moderna.